Diplomata envia desenho de "pênis alado" a colega e caso para na Corregedoria do Itamaraty
Foto: Divulgação
Uma brincadeira considerada inadequada dentro do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) acabou gerando um incidente que envolveu a Polícia Federal. O motivo foi uma carta anônima enviada por um diplomata a um colega de trabalho, contendo um desenho de um "pênis com asas". A atitude causou repercussão e levou à abertura de um procedimento na Corregedoria da instituição.
O primeiro-secretário Cristiano Ebner, chefe da Divisão de Saúde e Segurança do Servidor (DSS), recebeu a correspondência enviada pelos Correios, vinda de uma tal "Fundação Kresus", endereçada a ele. Ao abrir o envelope, encontrou apenas uma ilustração de um pênis com asas.
O desenho foi interpretado por Cristiano como uma ofensa e uma ameaça, o que o levou a reportar o caso à Corregedoria do Ministério das Relações Exteriores, com receio de que o incidente pudesse afetar sua segurança e integridade, já que sua função envolve a gestão de exames médicos e decisões sobre a remoção de servidores para o exterior.
O caso foi encaminhado à embaixadora Daniella Ortega, chefe imediata de Cristiano, que o orientou a acionar a polícia. Com isso, a Polícia Federal iniciou as investigações e, em agosto, identificou, por meio das imagens de câmeras de segurança da agência dos Correios, a pessoa que havia postado a carta. No entanto, ao ser confrontado com as imagens, Crisiano não reconheceu o autor.
A Polícia Federal também levantou a possibilidade de que a "Fundação Kresus" estivesse relacionada a Creso, o último rei da Dinastia Mermnada, cuja história é marcada por tragédias. Além disso, o desenho com o termo "passaralho", um neologismo utilizado para se referir a demissões em massa, foi identificado, aumentando a preocupação sobre a intenção por trás da mensagem.
Dois meses após o envio da carta, Cristiano recebeu uma mensagem no WhatsApp de Pablo Cardoso, ministro-conselheiro do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa. Pablo pediu para conversar sobre o "assunto delicado" e, durante a ligação, revelou ter sido o autor da carta. Surpreso com a repercussão e com a investigação da Polícia Federal, ele se desculpou, alegando que a atitude havia sido uma "pegadinha infantil".
Pablo explicou que havia informado a alguns colegas do Itamaraty sobre sua intenção de fazer uma brincadeira com o autor do próximo expediente recebido de Brasília, e que, ao receber a comunicação de Cristiano, decidiu enviar a carta com o desenho. No entanto, Cristiano não aceitou a explicação e decidiu seguir com a denúncia.
Em seu relato à Corregedoria, Cristiano afirmou que o gesto de Pablo configurava assédio moral, quebra de decoro e preconceito, pelo fato envolver um colega hierarquicamente superior. Ele relatou ter se sentido constrangido, angustiado e ansioso, considerando a atitude de Pablo como indecorosa e antiética.
Em outubro de 2024, o caso foi resolvido com a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) por parte de Pablo, que se comprometeu a manter um comportamento adequado ao seu cargo por um período de 24 meses. A Corregedoria optou por não instaurar um processo administrativo disciplinar, enquanto a Polícia Federal arquivou o inquérito por falta de provas suficientes para caracterizar o delito de ameaça.
Após o incidente, Pablo foi designado para assumir a Embaixada do Brasil em Guiné-Bissau, cargo para o qual recebeu agrément neste mês. Será a primeira vez que ele chefiará uma missão diplomática no exterior.
Em nota, Pablo Cardoso afirmou que "não há nenhum procedimento em andamento na Corregedoria do MRE" contra ele. Ele destacou que o processo foi arquivado em outubro de 2024, após a assinatura do TAC, e que não houve qualquer penalidade disciplinar. Também afirmou que a investigação policial foi encerrada devido à falta de elementos que comprovassem o delito.
Fonte: Bahia Noticias
Redação: Altamirando de Lima, Radialista DRT 5842 Tel (75) 981761290
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