O perigo pede carona: Em meio à repercussão nacional de acidentes, cresce número de mortes no trânsito de Salvador

 Comparado ao mesmo período do ano passado, Salvador já teve um crescimento de quase 50% no número de mortes no trânsito em 2024

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dois acidentes de trânsito chamaram a atenção da mídia e levantaram questionamentos sobre a quantidade de crimes e mortes nas vias do país. Ao dirigir um Porsche a mais de 100 km/h na Zona Leste de São Paulo, Fernando Sastre de Andrade Filho atingiu um Sandero e causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. Quatro meses depois, outro carro de luxo, desta vez uma Mercedes dirigida por Carlos André Pedroni, fez a massoterapeuta Graciete Alves ter a perna amputada após atingir a moto em que ela estava.

Salvador também tem casos infelizes e emblemáticos como esses. A médica Kátia Vargas foi acusada, em 2017, de perseguir de carro e matar os irmãos Emanuele e Manuel Gomes, que estavam em uma moto. Ela chegou a ficar presa por 58 dias, mas foi absolvida. Um ano mais tarde, a médica Rute Nunes Oliveira Queirós atropelou um moto- -taxista, causando a morte da dançarina Geovanna Alves Lemos. O caso foi levado à Justiça, e ela foi absolvida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) após ter sido comprovado que sofreu uma “síncope” enquanto dirigia.

Casos de atropelamento e colisões não são raros e foram os mais registrados em Salvador no primeiro trimestre deste ano nas vias soteropolitanas. De janeiro a março, foram 312 colisões com feridos e 3 com mortos. Já os atropelamentos foram 113 deixando feridos e 11 causando mortes. Juntos, eles representam 48% dos acidentes registrados pela Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) em 2024. Os dados, levantados a pedido do Metro1, ainda apontam que as vias com mais registros de pedestres atropelados foram a Avenida Afrânio Peixoto, a Avenida Vasco da Gama e a Avenida Antônio Carlos Magalhães.

Em números gerais, houve um aumento de 11,07% no número de acidentes em relação ao ano anterior. No primeiro trimestre de 2023, foram 822 acidentes, dos quais 24 envolveram mortes. Neste ano, já foram registrados 913 acidentes, com mortes em 35 deles. Ao comparar o número de óbitos, observa-se um aumento de 45,83%. Mais pessoas estão morrendo nas vias de Salvador.

O outro lado da via

Apesar do aumento de quase 50%, o secretário municipal de Mobilidade Urbana (Semob), Fabrizzio Muller, afirmou em entrevista à Rádio Metropole que Salvador se tornou a capital brasileira com menos mortes no trânsito. Segundo o gestor, até 2017, a cidade já havia reduzido em 50% o número de mortos no tráfego. Apesar disso, Muller explicou que Salvador enfrenta ainda problemas persistentes no trânsito, o que limita a eficiência do sistema viário da cidade.

A gerente de Planejamento e Projetos de Trânsito da Transalvador, Suraia Lago, concorda com Fabrizzio Muller e aponta que a implantação de novos modais na cidade visa justamente reduzir o número de veículos nas vias e, consequentemente, de acidentes. Ela explicou ainda que, para a redução mencionada pelo secretário, foi necessária a combinação de fiscalização, engenharia e educação. “Vem a fiscalização, a implantação de novos radares e, principalmente, a redução de velocidade das vias. Na Suburbana, tivemos uma queda significativa de sinistros após a implantação das faixas elevadas”, exemplificou.


Fonte Metro 1

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