Nesta segunda-feira (21), a mãe de Bryan e outros familiares estiveram no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), nos Barris, para fazer o reconhecimento dos corpos e preparar a papelada para os sepultamentos. Muito emocionada, a mulher precisou ser amparada o tempo inteiro. Uma integrante da família, que pediu para não ser identificada, contou que a criança foi planejada.
“O casal estava junto há cerca de três anos. Ele tem um filho de outro relacionamento, e ela tem uma filha de outro relacionamento. A menina estava no momento do assassinato. Os dois resolveram ter um filho, que foi Bryan, e planejaram isso. Eles estavam curtindo muito esse momento. Foi tudo muito triste”, conta.
O crime aconteceu em uma das praias mais movimentadas da cidade. Nos fins de semana, o público enche as areias e a calçada da orla de Tubarão, e a família, além de frequentar o local, escolhia ficar sempre na mesma região, por isso, testemunhas acreditam que eles estavam sendo monitorados e que o crime foi uma execução. Os assassinos foram embora sem levar nada das vítimas.
Os outros dois mortos são Joilson de Souza Silva, de 36 anos, que deixou cinco filhos, e foi sepultado na Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas. E Jonas Santos de Oliveira, de 28 anos, que era pai de uma criança, e teve o corpo enterrado no Cemitério Bosque da Paz, em Nova Brasília.
Conforme as investigações da Polícia Civil, os três homens mortos na praia têm envolvimento com a criminalidade, sendo Bruno Roberto Galvão Ribeiro, o “Vaqueiro”, identificado como liderança no tráfico de drogas e integrante de um grupo criminoso em Fazenda Coutos; Jonas Santos de Oliveira, o “Ferrugem”, respondia processo por tráfico, estava em liberdade condicional e também integrava o grupo; Joilson de Sousa Silva, o “Joca”, indiciado por tentativa de feminicídio contra a ex-companheira.
Ainda de acordo com a pasta, a 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) apura a autoria e a motivação do ataque na praia de Tubarão.
Nesta segunda-feira, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) foi questionado, durante assinatura para ordem de serviço de uma obra na Cidade Baixa, sobre o aumento da violência na Bahia, em especial dos crimes ocorridos no último fim de semana, e voltou a afirmar que a gestão está sendo norteada por três eixos.
“Estamos trabalhando com três Is. O primeiro, é de Investimento, como a construção de equipamentos de trabalho para policiais militares e civis, e com concurso. O segundo, é Integração, estamos diariamente dialogando com o governo federal, porque há áreas da segurança pública que não depende apenas do governo do estado, e a integração também com as prefeituras. O terceiro, é trabalhar com a Inteligência”, afirmou.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o policiamento foi reforçado no bairro e que as equipes das Polícias Civil e Militar estão atuando em conjunto para combater as facções criminosas envolvidas no crime. “O trabalho das forças estaduais foi ampliado nos bairros de Paripe, Alto de Coutos e Periperi. Abordagens, incursões e levantamentos são algumas das ações desenvolvidas”, diz.
Eles encerram a nota pedindo que informações sobre integrantes de facções que rivalizam na região do Subúrbio Ferroviário sejam denunciadas através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP), com total sigilo.
Clima tenso na despedida
O enterro de Jonas Santos de Oliveira, de 28 anos, estava previsto para ocorrer às 16h45, no Cemitério Bosque da Paz. A família, que estava muito abalada, preferiu não dar entrevista.
Já no enterro de Joilson de Souza Silva, de 36 anos, que foi sepultado na Quinta dos Lázaros, por volta das 16h, a reportagem conseguiu falar, inicialmente, com duas familiares da vítima. Joilson, que trabalhava como zelador em um abrigo, no bairro de Cajazeiras, fez aniversário na segunda-feira (14) e estava na praia para comemorar com a família.
"De manhã, ele cortou o cabelo e mandou a esposa preparar o almoço para, quando voltasse, eles irem para a praia. Ele voltou, pegou a esposa e os três filhos e foi. Quando chegou lá na praia, enquanto procurava uma mesa, ele encontrou esses conhecidos e, enquanto ele parou para falar, ele viu o corre-corre e foi atingido. Estão dizendo que ele era envolvido, mas ele era trabalhador. Os patrões dele estão aqui para comprovar", contou a prima de Joilson, a atendente de telemarketing Luciana Santana, de 36 anos.
Durante o sepultamento, outros familiares se incomodaram e exigiram a saída da imprensa do local, pedido que foi atendido prontamente pela equipe de reportagem do CORREIO.
Por Miranda News Fonte CORREIO
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