Áudio. Mulher tenta dar golpe em delegado e recebe resposta: “Otária”

 

Os estelionatários tiveram o cuidado de transferir a ligação para pessoas diferentes para simular outras áreas de atendimento

atualizado 05/08/2022 20:11

Mulher digitando em celular de lado - MetrópolesGiovanna Bembom/Metrópoles

Na tentativa de aplicar mais um golpe contra idosos que moram em áreas nobres do Distrito Federal, como o Lago Norte, estelionatários tiveram uma surpresa ao ligarem para o celular de uma escrivã da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Apesar de organizada e bem elaborada, a vigarice foi logo descoberta e um delegado da corporação ainda se encarregou de mandar um recardo curto e grosso para uma mulher que se fazia passar por funcionária de um banco público.   O episódio ocorreu na 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) e foi acompanhado por um grupo de policiais que estava na unidade. Quando o celular da escrivã tocou, a sigla falsa do banco apareceu, como se a ligação partisse da instituição financeira. Os estelionatários tiveram o cuidado de transferir a ligação para pessoas diferentes, como se houvesse duas áreas de atendimento, e chegaram a fornecer “número de protocolo”.

A segunda pessoa a falar do outro lado da linha era uma mulher que simulava ser uma atendente. A golpista pedia que a vítima instalasse um aplicativo de nome Quick Support, que funcionaria como um antivírus. No entanto, o recurso concedia o franco acesso dos bandidos ao celular da vítima. “Assim, os criminosos entram no aplicativo instalado nos aparelhos e fazem a festa. Pagam contas, fazem transferência, pagamento via Pix e adquirem empréstimos”, explica o delegado adjunto da 9ª DP, Erick Sallum.

Veja a conversa entre os policiais e os golpistas:      


Prejuízo de R$ 100 mil

Em determinado ponto da conversa entre a escrivã da PCDF e a golpista, a policial afirma que iria passar o telefone para o “marido” que a ajudaria a localizar o suposto aplicativo. Quando o delegado responde que havia feito o procedimento, instantes depois ele responde dizendo ter localizado um mandado de prisão contra a estelionatária. Após alguns segundo sem silêncio, os golpistas desligam a chamada.

Segundo Sallum, todos os dias pessoas idosas procuram a delegacia do Lago Norte para registrar ocorrências após caírem em golpes semelhantes. “Como muitos são aposentados e com boa condição financeira, os estelionatos acabam resultando em golpes altos, com valores superiores a R$ 100 mil. É fundamental pedir a ajuda de todos, pais, filhos, irmãos, que se pretejam e alertem os idosos sobre esses golpes. É preciso ficar alerta e desconfiar dessas ligações”, ressaltou o delegado.

No mês passado, a 9ª DP já havia deflagrado operação para cumprir oito mandados de busca e apreensão contra um grupo acusado de fraudes eletrônicas. As buscas ocorreram nas cidades de Cuiabá (MT), Araçatuba (SP), Glicério (SP), Birigui (SP) e Coroados (SP). A operação conta com o apoio das Polícias Civis de São Paulo (PCSP) e de Mato Grosso (PCMT).

Novas tecnologias

Diferentemente do esquema padrão de clonagem de WhatsApp, os golpistas demonstraram maior ousadia ao aplicarem o golpe contra uma família do Distrito Federal. Primeiro, fizeram contato com um parente, usando um número de celular com a foto da vítima.

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